sábado, 4 de fevereiro de 2012

Alçapões rebelados

Dedicado ao povo, e a todos os que estão lutando pela vida na

Terra, lavrada com sangue, está deserta.
Olhamos como expectadores tardios
Dos que resistiram ao mal da submissão.
São os mesmos grãos, da terra, espalhados
Donde brotaram a cruz, fez-se a inscrição:
Rebelou os sentidos, expirou a sensação,
Deleta, sobre o silêncio que não consentio,
Na barbárie friccionada, artéria pulsou.
Quem empunhou as armas oficialmente, ouve isso
Comandou o poder, na medida que diluiu a paz.
Observa, nas ruas vazias, por onde anda
O solitário e grotesco tanque militar...
Ninguém a resistir, sequer quem recitar poemas,
Já todos os carros foram feitos de barricada.
Cada pedra foi retirada por onde se passou;
Esqueceu-se as sadálias sob as minas no solo,
Já também esquecidas. Sitiaram os questionadores,
O ditador fez do consenso covas coletivas.
Negar-se foi aceitar com a morte ao preço da bala
Sem frustrar-se à força, agonizando obediência:
Parecem mais livres os mortos, e mais vivos.
Aceitar foi rastejar sob lanças
Para rolar as feridas em barris de pólvora
Não conseguiria por muito tempo, inflamável,
O ardil longe do fogo das multidões
Veja quão grande é força, assombrando,
Com que abrirá os alçapões, em que pisa
Os pés covardes, dos seus súditos e reis.

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