Terra, lavrada com sangue, está deserta.
Olhamos como expectadores tardios
Dos que resistiram ao mal da submissão.
São os mesmos grãos, da terra, espalhados
Donde brotaram a cruz, fez-se a inscrição:
Rebelou os sentidos, expirou a sensação,
Deleta, sobre o silêncio que não consentio,
Na barbárie friccionada, artéria pulsou.
Quem empunhou as armas oficialmente, ouve isso
Comandou o poder, na medida que diluiu a paz.
Observa, nas ruas vazias, por onde anda
O solitário e grotesco tanque militar...
Ninguém a resistir, sequer quem recitar poemas,
Já todos os carros foram feitos de barricada.
Cada pedra foi retirada por onde se passou;
Esqueceu-se as sadálias sob as minas no solo,
Já também esquecidas. Sitiaram os questionadores,
O ditador fez do consenso covas coletivas.
Negar-se foi aceitar com a morte ao preço da bala
Sem frustrar-se à força, agonizando obediência:
Parecem mais livres os mortos, e mais vivos.
Aceitar foi rastejar sob lanças
Para rolar as feridas em barris de pólvora
Não conseguiria por muito tempo, inflamável,
O ardil longe do fogo das multidões
Veja quão grande é força, assombrando,
Com que abrirá os alçapões, em que pisa
Os pés covardes, dos seus súditos e reis.
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