sexta-feira, 20 de maio de 2011

Consciente Coletivo


"Situação da Educação no Rio Grande do Norte", mas que é o também triste cenário educacional brasileiro.

Amanda Gurgel, professora do estado, diz: "não é novidade", e não "devemos banalizar essa situação" - novidade seria se a população - não somente a categoria - mobilizar-se e fosse a luta pela Educação, porque por parte do Poder Público, não há qualquer interesse de educar o povo, mas de manter o povo alienado e sem instrução, ou seja, ignorantes políticos.

Vemos milhares de pessoas caminharem igual a zumbis para um estádio de futebol defender um time, matar e morrer, perder a voz por um time de futebol, empresas de esporte que lucra milhões; vemos milhares de pessoas correrem às micaretas que custam R$ 200 R$ 300 reais para "curtir" músicas de péssima qualidade e conteúdo. Jogarmos fora a nossas energias, potenciais energias de uma juventude que comporta-se como lixo humano.



Amanda Gurgel é um exemplo, porém não vemos muitas(os) como ela. Ela sim, propõe-se a lutar: sua fala não é para sua categoria, mas para todos nós aderirmos a luta pela Educação, resgata de alguma maneira o nosso anseio, mesmo que ainda latente, por mudanças estruturais.

Entretanto não vemos dez pessoas para sair em defesa da Educação, ou da Saúde - sair atrás de seus direitos - quer dizer que parece que está muito bom para a parte da população acomodada e passiva, ou que permaneceu assim até o dia do depoimento da professora. Não entendo esse alvoroço: não saímos, e parece que não vamos sair do canto. Sabe o nome disso? Brasil!

Admiramos, idolatramos, até findarmos como discípulos que esquecem-se de seguir seu mestre. Essa reflexão é própria e fez-me lembrar da celebre canção "Sofro de Juventude", de Tom Zé:

Eu sofro de juventude
Essa coisa maldita,
Que quando tá quase pronta
Desmorona e se frita.

Interesses...

Não é de interesse da chamada "classe política" investir em educação, resolver todo esse problema. Com isso estariam agindo contra eles mesmos. Um povo mais instruído é um povo mais consciente: aumentos de salários, jantares, viagens de luxo, corrupção, impunidade etc - Educação visa acabar com tudo isso.

Eles querem? A classe dominante que o Poder Público realmente representa quer? Claro que não. As verdadeiras conquistas ocorrem pela mobilização popular, dos movimentos sociais, muitas vezes o que o Estado trata como um favor, e não direito, além do mais do que essa classe dominante permite. Quem são?

Educação é pensar sobre qual estrutura essa sociedade está fundamentada. A luta é contra esse Estado mínimo, mínimo para o povo, para os trabalhadores, para os estudantes, os usuários do serviço público; ao contrário, é bastante amplo para o privado, pois o Estado deixa de financiar o público para servir as empresas que veem no "ramo" da educação o lucro, apresentando mascaradamente o seu objetivo mercadológico.

(In)consciente Coletivo - tendo poucos minutos Amanda conseguiu atingir a todos nós com grande impacto, e que talvez para nós, tivemos poucos segundos para absorver; para que o Self atrofiado de nossas consciências pudesse sobrepor-se ao ego extravagante, tão extravagante e pomposo assim como a "indumentária" daqueles "senhores" e "senhoras" em assembleia. Foi tudo muito rápido, por isso que existe a necessidade de assistir mais de uma vez, para termos certeza que a palavra foi dirigida sobretudo para todos nós ditos cidadãos.

Existe uma clara, não tão clara assim, disputa por hegemonia, o privado quer o Estado para si. Vamos questionarmo-nos: pagamos uma alta carga de impostos, mas que servem a quem? Não a nós, não como poderiam nos servir! Ora, esse dinheiro vindo do trabalho - hoje não é mais "trabalho", e sim "colaboração" - serve aos ricos, para que eles fiquem mais ricos.

Concluo dizendo, a "classe política", Ah, não existe nada mais inconstitucional que existir uma "classe" chamada de políticos. É, criamos eles, reconhece-se o autor pela obra; criamos a criatura a nossa imagem e semelhança.

Ficamos tão horrorizados com tantos absurdos, mas de certo modo eles começam em nós, e nem ligamos - banalizamos em nós o que vemos descambar escabrosamente sobre toda a sociedade.

Linda essa professora, que veio nos chamar a atenção!

E agora? Agora é a hora?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário