segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Morri esperando educação de qualidade" #LevantedoElefante


"Eu sou brasileiro, e não desisto nunca!" Mentira! Muito diferente da massa acomodada de brasileiros, jovens chilenos lutam por uma educação pública de qualidade, uma luta desarmada, pacífica, sem medo, contra um governo repressor. Enquanto nós brasileiros, quer dizer nós norteriograndenses, estávamos preocupados com os jogos de futebol e o fiasco de uma seleção no dia 17, vivemos também naquele dia a real vergonha de uma nação, que prefere o comodismo do ser alienante, que trocou a sala de aula por uma Tv.

Olha,  mas o povo do Chile saia as ruas pela educação, e nós o que estávamos fazendo? Impressionante marchas populares que chegam a marca de 200.000 pessoas nas ruas mostram que os estudantes no Chile não abandonaram seu bem mais precioso: a educação, por algo tão fútil - a doutrina do pão e circo que aqui seguimos, que atinge de analfabetos a cientistas famosos -.

O objetivo desse texto é dá um tapa na cara da sociedade, e dizer: "ACORDA!" A situação aqui no Rio Grande do Norte, se assemelha em muito ao que está ocorrendo no Chile, com uma única diferença, não existe povo. Os estudantes aproveitaram as greves para tirar férias, outros foram a congressos estudantis como prioridade simplesmente política, mas a privação da luta prática que precisaríamos fortalecer nos seus momentos iniciais, o fato é que as entidades estudantis no mesmo modelo de representatividade qual refletem o sistema, qual também criticamos não é capaz de mobilizar, e toda luta começa do zero, não refletindo mais a continuidade histórica, ou de um legado histórico morto ou anteriormente cooptado pelo jogo político, concorrem entre si,ciúme e orgulho.


Nossos pais e professores na sua maioria parecem estar indiferentes, os trabalhadores da educação sindicalizados sentem-se fragilizados por aqueles que furam greve. Onde está o povo? Pareceu-nos tão nobre a luta pela educação, mas percebo que enquanto conseguirmos lotar estádios de futebol, veremos ser esvaziadas as lutas sociais por educação, saúde, por exemplo. Medo de "cortarem ponto"? Prejuízo maior é a educação que está sendo perdida, e um dia demos os braços pela educação, agora parecemos ceder. Não!

Será que devo ter orgulho de quem sou filho, de uma terra tão rica, mas destruída, que ergue seres destruídos e depressivos para uma vida de terno individualismo? Onde estão os estudantes? A onde estão os professores? Onde estão nossos pais? Não temos o apoio da mídia, temos só a nossa mídia. Será que essas palavras surtirão efeito?

O Levante do Elefante conta com agora algumas dezenas de pessoas acampadas em frente ao quartel general do governo, a Governadoria do estado. No seu início, 11 de julho de 2011, 20 pessoas foram capazes de mobilizar uma força policial tão grande, um efetivo que jamais vimos nas ruas para proteger a população. Ao contrário disso, quem irá nos proteger de um governo que quer cessar nosso direito mais importante, a educação. Por que a sociedade permanece calada? Os estudantes, os maiores atingidos pelo corte de verbas de 55% da UERN; pela precarização das condições de trabalho dos professores, das greves, seja a nível estadual ou municipal. Estão cassando nossos direitos! Percebem? O que pode ser mais importante que este contexto?!

Convocamos os estudantes universitários e secundaristas, convoco os pais e mestres. Endereço: frente da Governadoria no centro administrativo em Natal-RN.

No Chile, os movimentos são caracterizados por serem pacíficos e criativos, mesmo a impressa local tentando passar os jovens como violentos, o que é nada mais que resposta a violência policial, o caráter de tolerância zero do Estado. 


Você trabalhador que trabalhou muito, sacrificou-se para dar uma educação de qualidade ao seu filho vai permitir que a educação pública de qualidade seja literalmente destruída. Você estudante vai abandonar seus professores, vai abandonar a sua escola?

Disseram-me que isso não vai dá em nada, disseram-nos que o sistema não muda, disseram-me que deveria estar curtindo minhas férias. Mas eu digo, me junto a voz dos chilenos e ao #LevantedoElefante: prefiro morrer esperando educação de qualidade, e vamos lutar por ela!


domingo, 17 de julho de 2011

Tratamento de Choque para estudantes #LevantedoElefante


 Desde o primeiro dia de acampamento do #LevantedoElefante, percebemos algo muito peculiar deste governo: a intrasigência não apenas manifesta-se por via de desprezar os movimentos populares sindicalizados ou não, que batem na porta da Governadoria, mas também na imposição de uma autoridade claramente mantida por via da força imposta, a intimidação aos olhos de jovens que com muita tranquilidade observam o absurdo de um governo que trata estudantes com CHOQUE - PMs fortemente armados, viaturas sobem a rampa da Governadoria. O BPCHOQUE é uma força especializada da polícia militar, a função dela não é guardar prédio, muito menos dialogar com estudantes que não oferecem qualquer risco. A BPCHOQUE deveria estar nas ruas para proteger a população. Esses próprios trabalhadores reconhecem isso, também quão grande o abuso de poder que ameaça os interesses da população em nome da melhor resposta que o governo de Rosalba pode nos dá: caras feias de policiais fortemente armados que não estão cumprindo a sua missão institucional, enquanto o edifício possui um efetivo de policiais próprios de uma categoria também explorada. Disseram em off: "Tem algumas pessoas lá de cima que apostam todas as suas fichas no Choque". Pergunto: é necessário isso? Viaturas sobem a rampa da governadoria, com grande risco da estrutura deficiente do prédio não suportar tal peso. Seremos nós que iremos socorrer esses trabalhadores? Seremos nós culpados por isso? Eu digo: esse governo que merece tratamento de choque, estudante não. Estudante merece educação!

Não esquecemos! #LevantedoElefante





Ergam os olhos: nós não estamos sozinhos #LevantedoElefante


"Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
     O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
     A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
     Soldados! Não vos entregueis a esses brutais, que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos. Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão. Não sois máquina. Homens é que sois. E com o amor da humanidade em vossas almas. Não odieis. Só odeiam os que não se fazem amar, os que não se fazem amar e os inumanos.
     Soldados! Não batalheis pela escravidão. Lutai pela liberdade. No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou grupo de homens, mas de todos os homens. Está em vós. Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas; o poder de criar felicidade. Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela, de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
     É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam. Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão. Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e a prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos.
     Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos. Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam. Estamos saindo da treva para a luz. Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah. A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah. Ergue os olhos."


Charlin Chaplin 

Qual é o Espírito? #LevantedoElefante

Mais que uma hastag, o Levante do Elefante é uma ideia, que tende a multiplicar-se. A ocupação histórica dos jardins da praça central em frente a Governadoria do estado do Rio Grande do Norte, resume simbolicamente a perseverença e a garra do povo nordestino. Aqueles lá acampados são, no valor de algo que é concretizado, cidadãos potiguares, filhos de uma terra bastante sofrida por densas desigualdades; sendo a cada eleição, reflitam, essas mesmas desigualdades são agudizadas em um processo que jamais parece ter fim. Greves, corrupção, abuso de poder, a insegurança de um povo que sequer ao menos tem o direito de expressar-se.

O que queremos dizer a eles políticos, que se auto intitulam assim; achando-se donos do modo de "fazer política" - que só eles têm - o que querem? O que queremos dizer a eles? VOCÊS NÃO NOS REPRESENTAM MAIS! Bancamos o luxo e honrarias que jamais valeram alguma coisa, senão o ego de um ser humano igualzinho a nós; bacamos três poderes corrompidos, "casas" dos carrascos de uma população indiferente com a própria angústia.  É tão difícil entender? Desde da bendita e recém "abertura democrática", até podemos ir mais fundo, desde do Dia de Independência do Brasil, nós dependemos deles. Por que? 

Sustentamos cacetetes e armas de grosso calibre nas mãos de homens e mulheres que vestem farda, no semblante sem expressão, robôs, os que dizem "senhor senhor" ( Mateus, VII: 21-23) que dizem apenas obedecer ordens, autoridade enferma que julga ser mais forte que o conhecimento. Representatividade vazia, pois apenas vemos erguido o edifício, vejo rastejar o que já deixaram de ser seres humanos. O que são eles?

Tratar estudantes, trabalhadores do campo, trabalhadores urbanos, trabalhadores sem trabalho como terroristas, que apenas expõe a sua condição de explorados de uma sociedade iniqua, é dizer também, bem verdade que poderá voltar a ditadura, o feudo, o escravismo, ou na realidade atual, já está tudo isso compilado nesse modelo de sociabilidade que escolhemos. Seria muito simples dizer, mas afinal, não temos direito a escolha. Apenas festejamos algo como "a vida leva eu", quando temos nossas pernas para andar não usamos.

Tentam nos cansar, queremos aglutinar a população para contestar o esquema que elaboraram para todos nós de avançar. Nós "avançamos" até quando a educação exige senso crítico; avançar até ver nossos irmãos queridos acumularem-se como lixo humano nos hospitais públicos. De avançar até quando nossos filhos são mortos por grupos de extermínio oficiais e não oficiais. Exercício da democracia? Qual papel você assumiu nessa peça?

De lá de cima nos observam como massa, não há distinção entre assassinos, ladrões, ou o trabalhador comum; dos filhos do tráfico ou as crianças do Criança Esperança.

O povo anseia construir algo sem eles, pois ELES NÃO NOS REPRESENTAM MAIS. O povo é capaz, basta acordar dessa cultura zumbi, basta superar seu único obstáculo: a indiferença!

É necessário um Fórum popular, comitês ativos, união por meio de valorizar autonomia e as diferentes ideias. Insurgir o novo, o jovem, o que é nem a utopia ou conformação, mas sim a resistência!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A onde a independência começa?


Até quando você vai levando? Por que os políticos não investem educação? 12:32

#LevantedoElefante #OdiapelaIndependencia